Anna Gabrielle de Oliveira
Marina Deina

A cirurgia plástica desempenha um grande papel sociocultural na população. Ainda que intrinsicamente tenha sua imagem atrelada ao viés estético, a plástica reparadora compreende outros ramos igualmente importantes na especialidade, ainda que menos difundidas pela mídia. São elas: queimados, deformidades congênitas, cirurgia plástica pós-traumática e reparação pós-tumores. Cada uma dessas vertentes traz consigo desafios para o cirurgião, em função dos diferentes conhecimentos e habilidades requeridas para sua execução.
A área de queimados representa uma das maiores e mais complexas vertentes da cirurgia plástica. Essa área exige grande conhecimento de fisiologia e medicina interna, além da habilidade cirúrgica. Já a integração da cirurgia plástica com a oncológica tem possibilitado uma evolução no tratamento dessas lesões, pois permitem o reparo de grandes excisões tumorais.
Outra vertente de grande importância é a que abrange o tratamento de malformações congênitas, as quais ocorrem no período gestacional e podem afetar anatômica e funcionalmente os diversos sistemas do recém-nascido. A fissura lábiopalatina é um dos exemplos mais comuns desse grupo, e o papel do cirurgião plástico no manejo precoce desses pacientes é fundamental para garantir a recuperação anatômica, funcional e estética dessa deformidade e com isso, qualidade de vida adequada para o paciente.
O trauma é uma das principais causas de morbidade e mortalidade em adultos jovens. As feridas traumáticas costumam decorrer de trauma graves, que culminam em lesões extensas com perda cutânea importante e muitas vezes, inviabilidade tecidual e podem acometer qualquer região do corpo, sendo possível destacar nesse âmbito os traumas com fraturas craniofaciais. Nesses casos, a cirurgia plástica tem como objetivo principal recuperar a funcionalidade e a estética da região lesada.
As cirurgias de mão também são realizadas por um cirurgião plástico, principalmente em casos de trauma, queimaduras, problemas congênitos e estética rejuvenescedora. Já a microcirurgia é uma técnica que é aplicada em várias vertentes, inclusive nos atuais transplantes de face, e consiste na utilização de microscópios para que procedimentos milimétricos sejam feitos, como a conexão de vasos ou nervos.
Por fim, a plástica estética objetiva atender pacientes que buscam um contorno corporal mais harmônico. Dentro desse grupo as principais cirurgias realizadas são: rejuvenescimento facial, rinoplastia, blefaroplastia, mentoplastia, otoplastia, abdominoplastia, mamoplastia de redução e aumento, lipoaspiração, gluteoplastia, cirurgias pós bariátricas e procedimentos menos invasivos, como peelings, laser, botox e preenchimentos.
Todas essas vertentes devem convergir para um objetivo principal que é buscar a restauração da funcionalidade corporal e da autoestima dos pacientes. É papel do cirurgião plástico avaliar riscos e recomendar ao paciente que evite realizar procedimentos desnecessários ou excessivos.
Referências
Coltro PS, Ferreira MC, Batista BPSN, Nakamoto HA, Milcheski DA, Tuma Júnior P. Atuação da cirurgia plástica no tratamento de feridas complexas. Rev Col Bras Cir. [periódico na Internet] 2011; 38(6). Disponível em URL: http://www.scielo.br/rcbc
Macedo JLS, Camargo LM, Almeida PF, Rosa SC. Mudança Etiológica do Trauma de Face de Pacientes Atendidos no Pronto Socorro de Cirurgia Plástica do Distrito Federal. Rev. Bras. Cir. Plást.2007;22(4):209-212
Franco D, Gonçalves LF, Franco T. Perfil do Tratamento de Fissurados no Brasil . Rev. Bras. Cir. Plást.2000;15(3):21-32
MÉLEGA, J.M., ZANINI, S.A., PSILLAKIS, J.M. – Cirurgia Plástica. Reparadora e Estética, MEDSI, Rio, 1988
Comentarios